Tiago Machado

Estágio em altitude

Pessoalmente não sou grande fã de estágios em altitude, pois das vezes que fiz este tipo de preparação para as provas, apenas uma vez tirei dividendos da mesma. Foi há 4 anos atrás, onde consegui ganhar a Volta a Eslovénia, perdi o CN a 200mt do final no Sabugal e, até mandar aquela famosa cambalhota, era terceiro à geral no Tour de France.

Gosto mais de ir treinar até a nossa Serra da Estrela e ficar apenas a 1500MT, onde não sinto tanto a altitude. Aqui em Livigno, onde estamos concentrados, a altitude máxima são 2000MT.

Este ano a Team Katusha Alpecin resolveu organizar um estágio de forma a preparar bem o que ainda resta da temporada. Honestamente sinto-me \”esquesito\” treinar nestas circunstâncias, pois os watts não acompanham o pulso, e em pequenos esforços, como subir escadas, começo logo a \”bufar\” e de manhã desperto bem mais cedo que o costume (e acreditem que sou madrugador ).

Foram 10 dias muito bem passados! Mesmo com estas \”contrariedades\” que mencionei, julgo ter aprimorado a minha condição física e, mais importante ainda, criamos uma maior cumplicidade entre todos os membros da equipa.

Como sei que muitos de vós gostam de ter acesso aos nossos números, deixo aqui o resumo dos treinos: 32h, 960.2km, 19463MT ,23184kcal…

Apesar da dureza do estágio, tivemos o privilégio de ver excelentes paisagens. Ontem fomos fazer uma espécie de pic-nic, a 2000MT de altitude, onde nos deliciamos com a gastronomia local!!!

Agora é fazer figas e esperar que os resultados apareçam 👊

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2 comentários - “Estágio em altitude”

  1. Boa noite Tiago.
    Existem variáveis relativamente fáceis de se controlar (marcadores fisiológicos) que permitem perceber quando a adaptação à altitude está feita e só a partir daí é possível treinar com qualidade. Este período requer alguns dias. Existem até atletas que veem da altitude em pior condição física do que quando foram para lá tanto pelo periodo de adaptação não ter sido feito assim como a intensidade do treino é completamente diferente (nomeadamente o limiar anaeróbio) devido à menor pressão parcial de oxigénio o que se reflete em menor hemoglobina/hematocrito assim como um limiar anaeróbio inferior e até perda de massa magra.
    Um abraço e desejo tudo de bom e continuação de uma boa epoca!

  2. Caro André, muito obrigado por este comentário. Eu sei bem isso, o que escrevi foi para terem uma ideia do que um atleta sente a treinar nestas condições. O meu preparador deu me as dicas necessárias mas nem tudo é matemática certa no ciclismo…
    Abraço

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